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PROGRAMAÇÃO

Para conferir a programação completa, com nome dos proponentes, título e resumo das comunicações, e horário de cada apresentação, clique aqui.

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Conferência de abertura do XXIV Encontro da Socine

Essa terra é nossa! Os povos-espíritos, a terra, os cantos e o cinema Tikmũ’ũn/Maxakali
25/10 - 19h 

Link para assistir à transmissão da abertura: https://www.youtube.com/c/ESPMOficial

 

Isael e Sueli Maxakali, cineastas indígenas do povo Maxakali (ou Tikmũ’ũn, como se autodenominam), vem constituindo uma das mais singulares filmografias contemporâneas, composta por cerca de quinze obras, entre curtas e longas-metragens, cujo reconhecimento nacional e internacional tem  se consolidado notavelmente. Construído de modo entrelaçado à luta política contra o esbulho de suas terras e em defesa da justa demarcação de seu território ancestral, o cinema Tikmũ’ũn se faz em colaboração com pajés, em profunda aliança com povos-espíritos e como participante do obstinado e rigoroso trabalho de existência desse povo. Os aspectos inextrincavelmente sensíveis, políticos e espirituais desse cinema serão abordados por Sueli e Isael Maxakali, a partir da exibição especial de seu mais recente longa-metragem Nũhũ yãg mũ yõg hãm: essa terra é nossa! (2020).  

 

Com a mediação e a participação de André Brasil (UFMG), Clarisse Alvarenga (UFMG) e Rosivaldo Ferreira da Silva- Cacique Babau (Terra Indígena Tupinambá de Olivença)

 

Exibição especial de “Nũhũ yãg mũ yõg hãm: essa terra é nossa!”, longa-metragem de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero (Documentário / 70' / 2020).

Participantes:

ISAEL MAXAKALI é cineasta, professor e artista visual. Dirigiu os filmes “Tatakox” (2007); “Xokxop pet” (2009); “Yiax Kaax – Fim do Resguardo” (2010); “Xupapoynãg” (2011); “Kotkuphi” (2011); “Yãmĩy” (2011); “Mĩmãnãm” (2011); “Quando os yãmĩy vêm dançar conosco” (2011); “Kakxop pit hãmkoxuk xop te yũmũgãhã” (“Iniciação dos filhos dos espíritos da terra”, 2015), “Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali” (2016) e "Yãmĩyhex: as mulheres-espírito" (2019) e Nũhũ yãgmũ yõg hãm: essa terra é nossa! (2020). Foi duas vezes professor do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG. Em 2020, venceu o Prêmio PIPA on-line, uma das principais premiações de arte contemporânea no Brasil.

SUELI MAXAKALI é cineasta, professora, artista e doutora em Letras: Estudos Literários (Notório Saber) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Co-dirigiu os flmes “Quando os yãmĩy vêm dançar conosco” (2011), “Yãmĩyhex: as mulheres-espírito” (2019) e “Nũhũ yãgmũ yõg hãm: essa terra é nossa! “(2020). Publicou o livro de fotografas “Koxuk Xop: Imagem” (Beco do Azougue Editorial, 2009), com fotografas das mulheres maxakali sobre os rituais e o cotidiano da Aldeia Verde. Foi professora do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG, em 2016, 2017 e 2019.

ANDRÉ BRASIL é professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais, onde integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação. Coordena o Grupo de Pesquisa Poéticas da Experiência e compõe a equipe de editores da Revista Devires – Cinema e Humanidades. Participa do Núcleo de Antropologia Visual e da Formação Transversal em Saberes Tradicionais na UFMG, programa de disciplinas ministradas a alunos da graduação e pós-graduação por mestres e mestras de comunidades indígenas, afro-brasileiras e populares.

CLARISSE ALVARENGA é professora na Faculdade de Educação da UFMG, onde coordena o Laboratório de Práticas Audiovisuais (LAPA) e o Laboratório e Arquivo de Imagem e Som (LAIS). Sua pesquisa envolve processos poéticos e pedagógicos realizados por coletivos e cineastas ameríndios. É autora do livro Da cena do contato ao inacabamento da história (Edufba, 2017). Em 2016, sua tese de doutorado foi agraciada com o prêmio Eduardo Peñuela Canizal de Melhor Tese concedido pela Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação Social (Compós). Entre os filmes que dirigiu estão Ô, de casa! (2007) e Homem-peixe (2017).

ROSIVALDO FERREIRA DA SILVA, mais conhecido como CACIQUE BABAU, da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença (sul do Estado da Bahia), representa um dos maiores nomes de lideranças indígenas que têm um papel de destaque a nível nacional e internacional pela sua atuação na denúncia das violações de direitos indígenas. Está inserido no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (SDH/PR) por ter sido preso quatro vezes ilegalmente e sofrer constantes ameaças de morte. Recebeu a Comanda Dois de Julho (ALBA), a medalha Chico Mendes de Resistência bem como o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), títulos que reconhecem o engajamento e a atuação do cacique Babau na luta pelo reconhecimento e pela garantia dos direitos indígenas mas também como defensor dos direitos humanos de forma geral, destacando-se na luta antirracista, na luta pela autonomia, autossuficiência e bem viver dos povos e comunidades tradicionais no Brasil.

Sessão de Homenagem

25 anos de SOCINE
26/10 - 19h

A sessão de homenagem será pelo Zoom e é restrita às pessoas inscritas no evento.

Homenagens 25 anos de SOCINE:

Prof. Dr. João Luiz Vieira e Prof. Dr. Tunico Amancio

No ano em que completa 25 anos, sem ter realizado, pela primeira vez em sua história, um encontro anual, em 2020, a Socine homenageia, de uma só vez, também em uma iniciativa inédita, duas figuras muito importantes para a Sociedade e para o campo de estudos de Cinema e Audiovisual: Antonio Carlos “Tunico” Amancio e João Luiz Vieira.

Dada a longa relação entre eles e tudo o que fizeram juntos ao longo dos anos, os dois foram convidados a escrever um texto em homenagem ao amigo, mas sem saberem que ambos seriam homenageados! A dupla homenagem foi mantida em segredo até 10 dias antes do evento, quando, imaginando que informariam ao outro do tributo, foram surpreendidos com a notícia.

Homenagens ESPM:

Flavia Candida e Vera Zaverucha

São muitas mulheres no cinema! Duas delas merecem destaques porque integram um circuito vivo e transformador do cinema brasileiro. Vera Zaverucha com sua participação na política pública e Flavia Candida com seu olhar atento para novos realizadores dinamizam um movimento que articula diferentes saberes e escolhas criativas não só para audiovisual fluminense, mas para a sociedade brasileira. Suas atuações contribuem para mudanças efetivas no espaço do cinema e audiovisual e são partes da construção de um futuro mais democrático.

V Fórum de Discentes de Pós-Graduação da SOCINE 

Pessimismo ativo: Estratégias de sobrevivência durante o desmonte
pandêmico e pós-pandêmico 

27/10 - 18h

O V fórum de discentes de pós-graduação será pelo Zoom e é restrito às pessoas inscritas no evento.

Nosso cenário hoje: de um lado, uma demanda histórica dos discentes está para ser concretizada na Socine, com o aumento da representação discente de dois para cinco representantes. Ao mesmo tempo, temos um dos contextos mais desafiadores à nossa permanência na pesquisa acadêmica, particularmente com os cortes de bolsas de estudo que inviabilizam pesquisas inovadoras realizadas por discentes em vulnerabilidade econômica. Questões urgentes se colocam diante de nós: Como combater a fagocitação dos discentes - e consequentemente o esvaziamento/não-renovação do campo daqui a alguns anos? Como criar novos horizontes para que as pesquisas continuem de alguma maneira? Aproveitamos então para sugerir debates acerca dos seguintes temas:

 

1) estratégias de permanência e continuidade de pesquisa, dentro e fora da institucionalidade;

2) manutenção da participação ativa dos discentes na Socine;

3) resistência contra violências e dinâmicas neoliberais de exploração discente/docente, reveladas por algumas práticas predatórias que se estabeleceram a partir do uso massivo do EAD.

 

O título desse encontro faz uso dos termos de Walter Benjamin para pensar o pessimismo e a melancolia como uma força crítica movente que vai contra tudo que as premissas neoliberais impõem agora também ao campo acadêmico. É, portanto, partindo desse ponto, que propomos este ano um encontro que seja capaz de servir tanto como um espaço de escuta, quanto de troca de experiências do que a coletividade discente vem realizando para se manter dentro do campo da pesquisa.

 

Mesa Plenária
A Cinemateca Brasileira e a crise da preservação audiovisual

28/10 - 19h

Link para assistir à transmissão da mesa plenária: https://www.youtube.com/c/ESPMOficial

 

Imbuída de um espírito de “roda de conversa”, esta mesa plenária proporá um balanço atualizado da gravíssima situação enfrentada há anos pela Cinemateca Brasileira - e, por extensão, outras cinematecas e acervos espalhados pelo país -, culminando no desastroso e previsível incêndio ocorrido recentemente, resultado de anos de negligência e descaso por parte do governo federal, a partir de diferentes pontos de vista: por um lado, da Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), por outro, dos funcionários da instituição, além da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA).

 

Palestrantes:

 

CARLOS AUGUSTO CALIL (1951) é, desde 1987, professor do Departamento de Cinema, Televisão e Rádio da ECA/USP. Entre 1979 e 2012 foi dirigente de instituições públicas culturais como Embrafilme, Cinemateca Brasileira, Centro Cultural São Paulo e Secretário Municipal de Cultura de São Paulo. Realizador de documentários em filme e vídeo. Em 2016 foi curador da exposição “Morada do coração perdido”, montada na casa em que viveu Máriode Andrade. É autor de mais de 130 artigos, resenhas e ensaios e editor/ organizador de mais de 30 publicações sobre cinema, iconografia, teatro, história e literatura, de autores como Paulo Emílio Sales Gomes, Blaise Cendrars, Alexandre Eulalio, Glauber Rocha, Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, Federico Fellini, Paulo Prado, Vinicius de Moraes, David E. Neves, Mário de Andrade. Curador da obra cinematográfica de Glauber Rocha, por designação do próprio cineasta, e da de Leon Hirszman, por solicitação de seus herdeiros.

 

TIAGO CASTRO é bacharel em Cinema & Audiovisual e Mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Além de curador e pesquisador, trabalhou principalmente na área da preservação audiovisual, tendo passado pelo Centro Técnico Audiovisual (CTAv), Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ) e Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Entre 2016 e 2020, trabalhou na Cinemateca Brasileira, no setor de Preservação de Filmes. Atualmente é Secretário Geral da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA).

 

DÉBORA BUTRUCE é preservadora audiovisual, produtora cultural e curadora. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA-USP com pesquisa sobre a restauração de filmes no Brasil e o impacto da tecnologia digital para a área. Foi Visiting Scholar na New York University, no Moving Image Archiving and Preservation Program. É mestre em Comunicação e graduada em Cinema, ambos pela UFF. Realizou especializações nos Estados Unidos (BB Optics), na Inglaterra (British Film Institute), Itália (Laboratório de Restauração de filmes L’Immagine Ritrovata), Cuba (Escuela Internacional de Cine y Television) e Espanha (Filmoteca Española). Atua na área de preservação audiovisual desde 2001, tendo trabalhado em instituições como o Centro Técnico Audiovisual, o Arquivo Nacional, a Cinemateca do MAM-Rio e em projetos na Cinemateca Brasileira. Foi coordenadora técnica da restauração do filme Misérias e Grandezas de São José do Rio Preto, realizada em parceria com o laboratório holandês Haghefilm Digitaal, de títulos do acervo da Cinédia, entre outros. É fundadora da Mnemosine, empresa que atua na área de preservação audiovisual, produção cultural e formação desde 2009. Também trabalha com curadoria audiovisual, atuando na realização de mostras de cinema e programas especiais, além de participar de comitês de seleção de festivais e editais de fomento. É idealizadora e curadora da Mostra Internacional de Filmes Domésticos, cuja primeira edição aconteceu em 2020 com a exibição de 94 filmes de 5 países. 

Membro fundador da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), faz parte da diretoria desde 2014 e é a atual presidenta.


Mediação:


NATÁLIA DE CASTRO é preservadora audiovisual e servidora pública, atualmente em exercício no CTAv -Centro Técnico Audiovisual. É mestra em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP e graduada em Cinema pela UFF. Atualmente é diretora técnica da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA)

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